Obesidade: composição corporal, sarcopenia, gasto energético, termogênese adaptativa e implicações no tratamento clínico e nutricional

A característica epidêmica da obesidade no mundo despertou a atenção das autoridades e comunidades científicas devido à sua etiologia multifatorial e associação com outras morbidades, sendo uma doença de difícil controle.

Trata-se de uma questão de saúde pública global, que atinge todos os níveis sociais, econômicos e as diversas faixas etárias, independente do sexo, o que evidencia a necessidade de mudanças no estilo de vida dessas populações.

Na prática clínica, é amplamente utilizada a estratégia terapêutica que combina restrição calórica e aumento do gasto energético por meio de atividade física regular.

Para tanto, é preciso conhecer o gasto energético para que as intervenções sejam realizadas com segurança, de forma individualizada e eficaz do ponto de vista metabólico.

Portanto, faz-se necessário avaliar a acurácia das principais equações existentes, a fim de levantar questões sobre possíveis erros de estimativa na população com obesidade.

O conhecimento sobre a obesidade sarcopênica, independente do envelhecimento, é um campo pouco explorado e ainda sem marcadores e pontos de corte específicos, no entanto, são uma realidade da prática clínica.

Dessa forma, considerando que a obesidade é uma epidemia global e que são escassas as opções de métodos de avaliação da composição corporal e de equações de predição de gasto energético destinadas a este público, torna-se necessário avaliar, dentre os métodos comuns da prática clínica e das equações existentes, aquelas que são mais adequadas para uso em pacientes com obesidade grave.

Além disso, para que se obtenha boa efetividade nas estratégias para tratamento da obesidade é necessário conhecer melhor como o metabolismo energético reage diante de variações de ingestão energética e composição corporal e qual seu impacto sobre a perda de peso e sua manutenção a longo prazo.