Avaliação dos efeitos da irisina em alterações fisiopatológicas na obesidade.
Este projeto de pesquisa inclui a avaliação dos efeitos da irisina na modulação do sistema imune, da adipogênese e do escurecimento do tecido adiposo em animais submetidos à dieta hiperlipídica, bem como o efeito de proteção contra injúria tecidual renal.
Atualmente, a obesidade é encarada como uma doença crônica, definida pelo excesso de tecido adiposo (TA), como resultado de um desequilíbrio energético influenciado por fatores comportamentais, ambientais, culturais e genéticos. Possui uma grande importância epidemiológica, intimamente relacionada à inúmeras comorbidades como o diabetes mellitus tipo 2 (DM2), resistência à insulina (RI) e doenças cardiovasculares (DCV). No âmbito das DCV, é observado o surgimento de aumento a permeabilidade vascular após isquemia e reperfusão, sugerindo disfunção vascular.
As adipocinas secretadas pelo tecido adiposo desempenham variadas funções que incluem, desde a regulação da homeostase energética à função imunológica, metabólica e cardiovascular. O papel endócrino do tecido adiposo fez da obesidade uma importante doença, caracterizada por uma inflamação crônica de baixo-grau mediada por moléculas pró-inflamatórias, atuando no desenvolvimento ou agravamento de morbidades associada à obesidade.
Enquanto no tecido adiposo branco de indivíduos saudáveis o infiltrado de macrófagos M2, antiinflamatórios, é predominante, em indivíduos obesos predomina o perfil M1, inflamatório. Na perda de peso à longo prazo é observado o aumento de macrófagos M2 no tecido adiposo, demostrando a importância destas células nas funções relacionadas a lipólise e homeostase tecidual, por meio da diminuição do processo inflamatório e aumento da sensibilidade à insulina.
A irisina é um polipeptídeo secretado pelos músculos, estimulada por atividade física e por PCG1α. É capaz de estimular a expressão de UCP-1 de maneira dose-dependente nos precursores dos adipócitos do tecido bege localizados no tecido adiposo subcutâneo, ativando a programação termogênica e o escurecimento do tecido adiposo branco através do aumento da expressão de PPAR-α (Boström et al, 2012).
Está, também, envolvida na regulação metabólica e imune, além de modular o processo inflamatório crônico em diversas doenças sistêmicas e empenhar um papel de proteção contra injúria de isquemia e reperfusão em diferentes tecidos, como fígado, cérebro e pulmões.
No entanto, seu efeito na renoproteção não foi avaliado.
Desta forma, a irisina pode ser uma importante ferramenta para aumentar o gasto calórico e promover um aumento da sensibilidade à insulina dos indivíduos obesos, bem como reduzir a resposta inflamatória observada nesta doença e aumentar a proteção tecidual contra injúrias.
Plataforma Sucupira
Acesso a Produção Científica
Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
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